Os funerais da Mamã Grande
Gabriel García Márquez 10,325 ratings
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No último texto é preciso enterrar a Mamã Grande, soberana absoluta deste mundo, que faleceu com a fama de santidade aos 92 anos e a cujos funerais compareceu não só o Presidente da República, como até o Supremo Pontífice, na sua gôndola papal, além de camponeses, contrabandistas, cultivadores de arroz, prostitutas, feiticeiros e bananeiros, que ali se deslocaram propositadamente. Os seus bens, que datavam da época da conquista, eram incalculáveis. Abarcavam cinco municípios, 352 famílias e também a «riqueza do subsolo, as águas territoriais, as cores da bandeira, a soberania nacional, os partidos tradicionais, os direitos do homem, as liberdades dos cidadãos, o primeiro magistrado, a segunda instância, o terceiro debate, as cartas de recomendação», etc. Demora três horas a enumeração dos bens terrenos da Mamã Grande. Os seus herdeiros, no momento em que retiram do interior da casa o cadáver da defunta, fecham as portas e começam vorazmente a repartir a herança.
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167 Pages