Auto da Barca do Motor Fora da Borda
LuĂs de Sttau Monteiro NĂŁo pretendi refazer ou recrear o "Auto da Barca do Inferno". Pretendi entendĂȘ-lo - homem que sou no meu tempo - no meu tempo. EntendĂȘ-lo e nada mais. EntendĂȘ-lo, porĂ©m, na linguagem de Gil Vicente falava e que eu estou aprendendo a falar: a linguagem dos homens que "falam teatro" como outros "falam cinema" ou "falam escultura". Ao fazĂȘ-lo, nĂŁo quis ofender pessoas ou faltar ao respeito Ă obra de Gil Vicente. Tentar entender uma obra escrita hĂĄ quatrocentos anos, em termos de utilidade prĂĄtica e imediata, Ă© respeitar essa obra e homenagear o seu autor. Gil Vicente nĂŁo escreveria agora o "Auto da Barca do Inferno" que escreveu em 1517. Esta explicação Ă© inĂștil, mas dizem-me que necessĂĄria. O que eu considero injurioso para com a obra de Gil Vicente nĂŁo Ă© a minha tentativa de a entender em termos contemporĂąneos - Ă© a "necessidade inĂștil" de justificar essa tentativa.
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