Ophiussa

Herdeira do Jardim das Hespérides – que os mitos antigos situam na Península Ibérica –, Ophiussa governa a cidade hoje conhecida por Lisboa. Deusa, Rainha e Serpente, é a última guardiã do tempo das Grandes Mães – a Idade de Ouro –, em que a Deusa era cultuada pela humanidade. Mas novos deuses e os seus heróis vão tomando o lugar e o poder das antigas Senhoras da Terra. Numa noite, Ophiussa recebe um aviso que irá mudar o rumo da sua história e do seu reino: Ulisses vai a caminho, vindo de Tróia, guiado e protegido por Júpiter. Sabendo dos perigos que ambos representam, Ophiussa faz de tudo para os impedir de chegar às suas praias, na urgência de defender o seu povo da guerra. Mas nem invocando ventos e brumas é capaz de parar a barca de Ulisses. E logo se vê em confronto com a dúvida, o medo e o desejo de ceder às suas pulsões. Neste romance mitológico, Samuel F. Pimenta reinterpreta o mito da fundação de Lisboa e das suas sete colinas, partindo da tradição oral alfacinha e revisitando obras como a Odisseia, de Homero, a Ora Maritima, de Avieno, ou Crónica do Imperador Clarimundo, de João de Barros. Ao lado do encontro de Ophiussa e de Ulisses, o autor conta-nos também a história dos primórdios do patriarcado e do culto dos impérios, cujo legado ainda afecta as sociedades contemporâneas.