Crônicas da Vida e da Morte

Roberto DaMatta
3.5
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Autor de obras de referência na antropologia, na sociologia e na ciência política, Roberto DaMatta também lança seu olhar crítico sobre o Brasil e o mundo nas páginas de grandes jornais do país. Reunidas neste volume, suas crônicas revisitam temas que o consagraram, como o futebol e o carnaval, as diferenças culturais e políticas entre as nações de Obama e Lula, e outros, menos abordados, de cunho mais pessoal e memorialístico. Com a mesma verve irônica e informal que o consagrou, e adicionando a ela um discurso em tom confessional, Roberto DaMatta comprova, em Crônicas da Vida e da Morte, por que é um eximo cronista do público e do privado. Entre exercícios de distanciamento e aproximação, o antropólogo usa toda a sua experiência em universidades e trabalhos de campo para investigar fenômenos aparentemente triviais do cotidiano brasileiro e mundial. A partir de escândalos políticos e crimes bárbaros que se avolumam no noticiário, DaMatta oferece novas chaves de interpretação da sociedade brasileira, relativizando ‘verdades’ e ‘mentiras’ registradas em nosso inconsciente. Atravessado por perdas dolorosas, como o súbito falecimento de seu filho Rodrigo DaMatta, o antropólogo reflete sobre a vida e a morte com a mesma sensibilidade e perspicácia que o consagraram como um dos maiores nomes das Ciências Sociais brasileiras. Em A carta do filho morto, o antropólogo reflete sobre a eternidade e a beatitude de um tempo sem relógio, no qual o filho reafirma ao pai uma lição aprendida por todos aqueles que vivenciaram uma perda: só o amor vence a morte. Os diálogos com o amigo e mentor Richard Moneygrand também inspiram o etnólogo brasileiro a pensar o seu país em contraposição aos Estados Unidos. Inspirado no sociólogo alemão Max Weber, autor de A ética protestante e o espírito do capitalismo, o brasilianista Moneygrand identifica a presença de múltiplas éticas no sistema brasileiro. Em um país em que a mentira é um valor nacional, a cidadania que se diz igualitária omite as suas muitas gradações. Com a experiência de um antropólogo social que aprendeu a examinar os fenômenos sociais pelo seu avesso, DaMatta lança luz sobre a sociedade em que vivemos, sem medo de afirmar com segurança que não é o patriotismo, mas a inveja, o sentimento básico da vida coletiva no Brasil. Ao desnudar o típico exemplar nacional, entre carnavais, malandros e heróis, Roberto DaMatta continua atento às transformações e permanências da sociedade brasileira.
Genres:
233 Pages

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